segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Memória de um índio tupiniquim de outros carnavais.

Por Alcy Maihoní Rodrigues
Sempre gostei de carnaval, não o de arquibancadas, mas sim de rua e de quadras. Nunca me ví preso em um espaço, só olhando escolas e agremiações passarem. Para mim é mais divertido estar pulando, sambando dentro de uma quadra de clube ou entre foliões nos blocos de rua. Quatro dias de Rei Momo, aqui no Rio de Janeiro é pouco, deveria ser quinze dias...
Pensava eu, naqueles dias não tão distantes assim.
Sambar, ouvindo bons sambas de enredo e marchinhas de carnaval, com confetes e serpentinas, não tinha preço.

Ê, ê, ê, ê, ê, Índio quer apito
Se não der, pau vai comer!
...
Bandeira branca amor
Não posso mais.
Pela saudade,
Que me invade eu peço paz.
...
Muita alegria e sorrisos contagiantes por toda parte, nos carnavais passados. Junto com pequena turma de infância, fantasiados de índios tupiniquins, ocupávamos as ruas do Engenho Novo, Cachambí, Méier e Grajaú. 
Quanta aventura... ação.
Eramos impossíveis!
Noites carnavalescas acordados, tendo como princípio: um por todos e todos por um.
De dia descansávamos nas praias: Urca, Leme, Copa ou Ipanema. E a tarde, ainda tínhamos folego, para fazer alguns gols, em pelada de rua.
É lógico que nem sempre era confetes e serpentinas, uma vez ou outra, saía uma briguinha, aqui e acolá, com socos e pontapés, entre nós ou com figurinhas de fora do nosso circulo, mas nada de grave. Sempre tinha a turma do “deixa disso”, que por excelência eram bem eficientes e a concórdia se dissolvia por encanto. E se restasse acaso, alguma mágoa, após o carnaval, início do ano letivo escolar, a paz reinava. Afinal estudávamos quase todos na mesma escola.

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